Arcelina Helena

Pubblicato il 04-03-2009

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Arcelina Helena Públio Dias, jornalista desde 1968, foi repórter redatora no Jornal do Brasil, no Estado de S. Paulo e colaboradora em inúmeros jornais e revistas. Durante 11 anos ocupou o cargo de diretora e editora do Jornal do DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. E ainda o cargo de assessora de imprensa do Senado Federal, do Governo de São Paulo e da Coordenadora de Comunicação do Ministério do Trabalho, ao longo dos anos 1980. Como professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, lecionou entre outras matérias jornalismo sindical e comunitário. Fez o seu mestrado na Sorbonne, em Paris, França e outros cursos de pós-graduação, em Paris, Brasília, São Paulo e Goiás.

Em 1995, escreveu a reportagem-testemunho sobre a sua experiência de viver com um salário mínimo na periferia de Belo Horizonte: a Crônica do Salário Mínimo, editado pela Record e já esgotado.

Há 10 anos Arcelina vive na cidade de Goiás, como oblata beneditina do Mosteiro da Anunciação. Em 1999, iniciou um projeto de peregrinação de 500 dias entre os excluídos dos cinco continentes para a produção de cinco livros. Três deles já foram editados: Sinais de Esperança, (Vozes) relato da primeira peregrinação entre os excluídos das três Américas; e Perdão, África, Perdão, (Editora Rede da Paz), sobre a peregrinação na África e no Oriente Próximo; e Além do Silêncio - Peregrinação ecumênica por mosteiros da Europa”.

Em Goiás, Arcelina participa ativamente da vida da comunidade carente: assessora grupo de mulheres, comunidades eclesiais de base, pastoral carcerária, grupo de música Cantilena Artesanal para pré-adolescentes e outras atividades educativas para crianças carentes; participa e colabora com a Chácara de Recuperação de adictos; ativa uma biblioteca circulante para crianças e jovens; mantém o Jardim da Transfiguração, de preservação do bioma cerrado, onde dá aulas de yoga e promove encontros com a comunidade. Realiza cursos de jornalismo comunitário para jovens do ensino público.

Livro: Além do silêncio, Peregrinação ecumênica aos mosteiros da Europa

Escrever sobre a peregrinação nos mosteiros

é como produzir um ícone.

É preciso antes rezar, meditar, jejuar

e, se possível, trabalhar cantando ou ouvindo os salmos.

É preciso que a alma fique repleta de Deus

para o texto transmitir a beleza do caminhar.

Penetrar na alma da Europa – através de sua história, sua arte e seus santos homens e santas mulheres, que através dos séculos, optaram por uma vida espiritual, aparentemente longe do mundo – é a proposta deste livro.

Os mosteiros que deram origem ao monaquismo ocidental, a partir dos primeiros séculos da cristandade, são testemunhas da sua importância ao longo da história do continente europeu. Alguns são sítios arqueológicos, abertos à visitação, testemunhando a presença do espírito na formação das diferentes culturas européias. A maioria, no entanto, está cheia de vida. Homens e mulheres, jovens ou beirando os cem anos, continuam vivendo de oração, contemplação, trabalho – quase sempre manuais – e integração profunda com a natureza. Monges e monjas vivem isolados ou em comunidades masculinas, femininas ou mistas, pertencendo a diferentes igrejas e religiões. Todos têm, no entanto, por primeiro objetivo, preservar a pureza da sua Fé, na procura da unidade profunda de seu ser, conscientes de que são apenas peregrinos nesta Terra.

A maioria dos mosteiros está no campo, mas há os localizados no centro de cidades grandes e pequenas. Parte deles possui hospedarias para acolher peregrinos e até mesmo turistas. Dezenas de guias turísticos dos mosteiros - alguns com edições esgotadas, em diferentes línguas – com informações sobre milhares de mosteiros espalhados pela Europa, comprovam que a humanidade do século 21 continua procurando os mosteiros.

A pausa, o espaço de silêncio, a oração, a harmonia e a integração com a natureza, a beleza das liturgias comunitárias, o acolhimento fraterno. Isto é o que oferecem os mosteiros à angustiada humanidade, bombardeada por conflitos armados e informações sobre guerras, temores e inseguranças, barulhos de toda ordem. São os mosteiros, abadias, ashrams, eremitérios, fraternidades, em tudo diferente dos hotéis, de uma ou cinco estrelas, das viagens de sempre.

Este livro dá continuidade a um projeto de peregrinação ecumênica de 500 dias entre os pobres e excluídos dos cinco continentes, iniciado no ano 2000. Dois livros já foram escritos: “Sinais de Esperança”, 90 dias pelas três Américas, e “Perdão África Perdão”, quando peregrinei por 120 dias na África e no Oriente Próximo. Na Europa, em lugar de estar com os excluídos pela ordem econômica e social, fui acolhida por homens e mulheres que escolheram se auto-excluir. Convivi com monges e monjas que livremente se distanciaram do mundo para, na procura da unidade com o Deus de sua Fé, estar mais aberto ao outro e ao sofrimento da humanidade.

Na condição de hóspede, aproximei-me de simples fiéis e leigos que procuravam os mosteiros para viver, por um período, o silêncio e a oração, longe do corre-corre de suas vidas cotidianas atarefadas. Passei por oito países – Espanha, Irlanda do Norte, Inglaterra, Bélgica, França, Itália, Suíça e Romênia – e 13 mosteiros de diferentes espiritualidades (carmelitas, beneditinos, seguidores de Charles de Foucauld, Taizé, Bose, budistas), de diferentes igrejas (Católica, Anglicana, da Reforma), e de diferentes ritos (romano e ortodoxo). Além dos mosteiros masculinos e de outros só femininos, visitei quatro mosteiros mistos.

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