SAMPA perfeita? Mais Veneza ou Nova Iorque...

Pubblicato il 24-01-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Trânsito, stress, violência... É difícil morar numa metrópole como São Paulo! Muitas vezes dá vontade de fugir! Um dia antes do aniversário da cidade “recuperamos” um texto do Lorenzo (da Fraternidade da Esperança) sobre a felicidade de morar numa cidade como essa ou em qualquer outro lugar do mundo... Qual será o segredo?

Todos os dias de verão em São Paulo, quando levantamos os olhos para o céu, ficamos imaginando a chuva da tarde que, pontualmente, cai do céu com toda a sua força por volta das 16 horas. Em poucos minutos o nosso bairro (na verdade, a cidade toda) torna-se uma grande Veneza. As ruas se tornam rios que invadem tudo aquilo que encontram. Há muito tempo já nos prevenimos com pequenas barragens, mas pouco adianta: como em Veneza, a “água alta” não perdoa...

Imagine São Paulo como Nova Iorque! Violência nas ruas, degradação social, trânsito cada vez mais incontrolável, poluição e tudo o mais... Deveríamos fazer como fazem os norte-americanos, que sobre tudo isso inventam histórias fantásticas, realizam filmes chocantes: a “grande maçã” foi destruída, nos cinemas, centenas de vezes, sempre na esperança de que a realidade nunca superasse a fantasia (coisa que não aconteceu no 11 de setembro de 2001).
Será que, de verdade, o que se vive nas ruas de São Paulo supera qualquer fantasia? Talvez sim. Em 2010, uma pesquisa do Ibope apontou que 57% dos paulistanos querem fugir de São Paulo. Por isso, acredito que algo precisa ser dito...

Certo dia, na portaria do Arsenal, tive um “diálogo” com um acolhido da casa. Perguntei a ele: “Você é de Minas... Por que veio para cá?”. Ele me respondeu: “São Paulo é a maior cidade da América do Sul, aqui se encontra tudo o que você deseja encontrar”. Segunda pergunta: “E você, o que encontrou até agora?”. E ele, com um sorriso amarelo e simpático ao mesmo tempo, levantou os braços e disse: “Nada!”.

A insatisfação da maioria dos paulistanos talvez esteja na procura da felicidade, do “Eldorado”, do lugar onde tudo é perfeito: trabalho, lazer, modernidade, segurança, pessoas que me agradam ou, como no caso do nosso amigo do “diálogo”, o lugar onde espero realizar os meus sonhos. Tudo bem, São Paulo tem vários problemas, montanhas de problemas que parecem sem solução, mas não podemos esquecer que a vida não é feita de “perfeição”!

Uma sociedade onde tudo é possível e onde é possível viver sem ter nenhum vínculo verdadeiro com ninguém (casa, trabalho, namorado/a, parceiro/a, amigos, religião, escola, partido político...) mostra que foi perdido qualquer vínculo cívico ou de comunidade. Hoje parece mais fácil se livrar dos problemas denunciando, delegando ou simplesmente fugindo, fingindo que não cabe a mim... ao invés de lutar, de se comprometer para melhorar o que está ao nosso redor. Podemos procurar a felicidade em qualquer lugar do mundo, a serenidade em qualquer chácara mergulhada na natureza, mas se “amarmos” somente as nossas coisas, as nossas sagradas propriedades, a nossa inviolável privacidade... sem nunca pensarmos nos outros, na comunidade, sem nunca nos interessarmos pelas questões que interessam à cidade como um todo, nunca encontraremos o lugar “perfeito” e feliz que estamos procurando, ficando em São Paulo ou indo embora.

E aqui vem uma boa noticia! Não precisamos fugir para encontrar a felicidade, porque ela está onde nós estamos! Precisamos simplesmente AMAR a nossa cidade e não apenas a nossa rotina e a dos nossos amigos. A cidade mudará para melhor somente quando entendermos que não estamos sozinhos em uma floresta de desconhecidos. A cidade não é apenas muros, ruas, prédios, lojas, viadutos, meios de transporte oferecidos... A cidade é principalmente as relações entre pessoas que querem atingir a mesma felicidade. Quando descobrirmos que não estamos sozinhos, quando enfrentarmos o desafio de participar de uma comunidade... o nosso sonho não será mais o de sair de São Paulo ou de qualquer outro lugar, mas o de acreditar que juntos podemos melhorar a nossa condição de vida e a de quem está perto de nós. Temos que AMAR MAIS. Assim, talvez, até mesmo nesta imensa cidade encontraremos aquilo que todos estamos procurando.

Lorenzo (Fraternidade da Esperança)

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