50 PONTOS DE PAZ. Eu apoio. E você? #50pontosdepaz

Pubblicato il 11-04-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Por que 50? Porque em 2014 o SERMIG – a Fraternidade que fundou e que habita o Arsenal da Esperança – comemora os seus 50 anos de existência.
Por que PONTOS? Porque um ponto é uma coisa pequena, mas muitos pontos interligados podem formar uma coisa enorme.
Por que PAZ? Essa é a pergunta que queremos que você responda. Por que a paz é importante para você? Por que você quer estar pronto para construir a paz? Por que você quer participar dessa iniciativa Cada resposta pode motivar mais pessoas a participar. Cada resposta pode já ajudar a construir a paz!

Queridos amigos,
Enquanto o Arsenal de São Paulo se prepara para a iniciativa 50 PONTOS DE PAZ, o Arsenal de Turim se prepara para o 4° Encontro Mundial dos Jovens da Paz, que acontecerá no dia 4 de outubro em Nápoles. Lá, será finalmente lançada a Carta à Consciência, sobre a qual o Ernesto Olivero fala há muito tempo. O processo para escolher a cidade desse encontro foi longo. Quando fomos convidados a fazê-lo na cidade de Nápoles, durante o nosso tempo de discernimento, enquanto o Ernesto nos pedia insistentemente para rezarmos muito a fim de que conseguíssemos compreender a vontade de Deus, muitas pessoas manifestaram apreensão.

Ouvi dizer que, em Nápoles, para que alguma coisa dê certo, muitas vezes é preciso “molhar a mão” de alguém. Que lá os comerciantes vivem com medo, pois frequentemente aparecem pessoas cobrando-lhes dinheiro e, se eles se recusam a dar, coisas ruins podem acontecer a eles ou às suas famílias. Que a sua segurança e o seu grau de influência na comunidade dependem de quem você conhece. Que todo mundo sabe quem são as pessoas que fazem as coisas ruins acontecerem, mas mesmo assim elas continuam tendo o poder de fazer essas coisas acontecerem. Que é dificilíssimo saber quem é realmente bom, porque até entre aqueles que deveriam ser os principais exemplos da sociedade estão infiltrados os que contribuem para que o mal prevaleça. O pior de tudo: ouvi dizer que a maioria esmagadora do dinheiro que sustenta essa rede de maldade vem dos bolsos das pessoas que compram a droga.

Essa realidade faz vocês lembrarem de alguma coisa? A mim, sim. Cada vez que eu ouvia falar de Nápoles, sentia que estavam falando de São Paulo. Todas as coisas que ouvi se parecem muito com as coisas que ouvi e vi acontecerem ao meu lado, no meu bairro, na minha cidade, desde que eu nasci. 

Não são, obviamente, exclusividade de São Paulo, de Nápoles, do Rio de Janeiro, de Nova Iorque... Algumas cidades se tornam símbolo da corrupção, da criminalidade e da desigualdade, mas sabemos que o mal afeta as cidades do mundo todo. Como não desanimar diante disso?

Alguns dias atrás, eu estava acompanhando o grupo de crianças que vêm ao Arsenal da Paz para brincar e para fazer as tarefas de casa. Em certo momento, percebi que duas meninas tinham se afastado de todas as outras e tinham ido se sentar no gramado. As duas eram filhas de imigrantes – como quase todas as crianças do grupo – vindos de países bem distantes um do outro. Querendo saber porque elas estavam isoladas, me aproximei e sentei perto delas. Uma delas, com os olhos tristes, me disse:
– Estou pensando sobre aquilo que nos disseram na semana passada... Que nós não escolhemos onde nascemos. Existem tantas pessoas que nasceram em países onde há a guerra, e elas também não escolheram nascerem ali... Nós temos que ser muito agradecidas porque os nossos pais não vieram de países onde há a guerra.

Nesse ponto, a outra menina falou:
– Os meus vieram.
A primeira, arregalando os olhos, que pareciam ficar ainda mais tristes, disse:
– Ah, eu não sabia... Sinto muito...
Fiquei pensando: e eu? Nasci ou não em um país onde há a guerra? Aprendi na escola que o meu é um país pacífico, mas no Arsenal aprendi que no Brasil a cada dia morrem mais pessoas pela violência do que nos países em guerra. O Ernesto repete isso o tempo todo, pensando nos quatro missionários que ele mandou ao Brasil, em todos os amigos que ele tem nesse país e em todas as pessoas que o Arsenal da Esperança acolhe todos os dias.

A conversa não terminou ali. Vendo que a primeira menina não conseguia mais encontrar palavras, perguntei:
– Quem faz a guerra?
Silêncio e olhos ainda mais arregalados. Continuei:
– Quem faz a guerra são os adultos, certo? E o que você pode fazer?
Nós somos crianças, só podemos pedir que os adultos parem de fazer a guerra, por nós...
– Não! Você hoje é criança, mas um dia será adulta. Você pode se preparar para se tornar uma adulta boa que não faz a guerra. Se um dia todos os adultos forem bons, a guerra não existirá mais.
Pela primeira vez naqueles minutos, os olhos dela se arregalaram não de tristeza, mas de esperança:
– Uau, é verdade! Obrigada! Você me deu uma bela ideia! 

Isso vale para todos nós, para todas as nossas guerras cotidianas, declaradas ou não declaradas. Não são só as crianças que podem decidir se tornar bons adultos: cada um de nós, em qualquer idade, pode decidir dizer sim ao bem. O Ernesto sempre diz: “Quem é que nos impede de fazer o bem? Quem é que nos impede de fazer o que é certo?”.


Que essa iniciativa dos 50 PONTOS DE PAZ possa espalhar por São Paulo a mesma esperança que eu vi nos olhos daquela menina quando ela descobriu que podia ser boa e que o mundo todo pode ser bom. Que essa mensagem de Paz possa nos preparar e preparar muito mais pessoas a fazer o bem, a fazer o que é certo, a estar sempre ao lado de quem sofre porque tem menos, de quem sofre porque se sente ameaçado ou coagido, de quem sofre porque quer mudar e não se sente capaz de fazê-lo.

Não esqueçamos jamais que a mudança começa em nós. O mundo muda se eu mudar. Eu acredito! E vocês?
Thais dos Santos Domingues
Turim, 2 de abril de 2014

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