A PRAÇA da Sé... “EM SILÊNCIO PELA PAZ”

Pubblicato il 27-09-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Praça da Sé, sábado, 10 horas da manhã. À frente da imponente catedral, que tudo observa, muitas coisas acontecem. Um grupo bem organizado se prepara para uma festa chinesa. Um boneco gigante dança representando um candidato político enquanto os que estão com ele distribuem panfletos. Os pregadores de sempre estão espalhados aqui e ali. Os muitos moradores da praça também. Logo vai chegar o senhor daquela turma que sempre coloca cartazes perto do marco zero. E, ainda por cima, muitos estão na expectativa do comício político que está acontecendo em uma caminhada pelas ruas do centro e que vai terminar exatamente naquele lugar.

Como chamar a atenção no meio de tudo isso? Precisaria gritar muito, e muito alto! Ou bastaria fazer silêncio...

Chegamos ali com medoA nossa proposta era muito simples: levamos cadeiras e almofadas, e convidamos as pessoas a se sentar e a fazer alguns momentos de silêncio pela paz, enquanto liam um apelo à consciência escrito por jovens. Quem prestaria atenção a isso? E se ninguém aparecesse? E se ninguém parasse? Não precisávamos de multidões... Cada pessoa atingida teria, para nós, o valor do mundo inteiro. Mas será que atingiríamos alguém?

Nossos medos logo desapareceram. Bastou montar o espaço e as pessoas começaram a aparecer. Poucas daquelas que convidamos, é verdade. Porém, por incrível que pareça, em meio a todos os estímulos e propostas daquela praça, um número significativo de pessoas que passavam por ali pararam para participar justamente do nosso encontro!

Mulheres que estavam acompanhando um grupo em visita à catedral. Três amigos nordestinos buscando uma nova oportunidade em São Paulo e impressionados com a frieza da metrópole. Moradores da praça. Um jovem pai levando o filhinho para passear. Uma senhora que foi sozinha à Praça da Sé pela primeira vez na vida para participar do comício político, à procura de alguém ali que pudesse ajudá-la em uma grande injustiça que sofreu, e que na nossa carta e nos nossos ouvidos encontrou consolo. Transeuntes, passando por ali a passeio ou a caminho do trabalho. Além, claro, dos poucos e queridos amigos que aceitaram o nosso convite, se deixaram comover pela carta e nos ajudaram a atender as outras pessoas.


Uma de nossas jovens, que ajudou a escrever o apelo à consciência, depois do encontro disse que jamais poderia imaginar “ver pessoas nos dia de hoje pararem para ler uma carta na rua”. Outra ficou impressionada ao ver as pessoas se emocionando. 

Não contamos quantas pessoas pararam ali para ler o nosso apelo. Como já dissemos, cada pessoa atingida teria para nós o valor do mundo inteiro. Estamos felizes porque, na nossa tentativa de mudar o mundo, conseguimos nesta manhã tornar mais bonito o mundo delas.  Pudemos ver isso em seus olhos. E que valor enorme isso tem para nós!

Se você não foi, ainda dá tempo de ler a “Carta dos jovens à consciência” (segue). Não guarde a mensagem só para você: compartilhe e divulgue! Ainda há muitos “mundos” por aí esperando por uma mudança!


CARTA DOS JOVENS À CONSCIÊNCIA

Amigo,
Com esta carta queremos falar à sua consciência.

Nós acreditamos que a consciência é algo inteiramente pessoal. Ninguém tem o poder de mudar a consciência de ninguém: é a própria pessoa que se deixa mudar ou não. Tudo o que podemos e pretendemos fazer com esta carta é um apelo. Cabe a você decidir se vai ou não se deixar atingir por ele.

Muitas coisas no mundo nos desagradam. Refletindo sobre todas elas, acabamos chegando à conclusão de que o maior mal, aquele que dá origem a todas as coisas ruins, é o egoísmo. Só para citar alguns exemplos, de diferentes proporções: é o egoísmo que faz com que um jovem saia com os amigos para cometer pequenos furtos como hobby; que faz com que os pais deleguem à escola a formação moral e emocional de seus filhos; que faz com que um professor não escute o que seus alunos têm a dizer; que faz com que eu não atenda direito as pessoas no meu trabalho porque não tenho paciência; que faz com que eu procure obter vantagens pessoais fazendo com que alguém fique em desvantagem; que faz com que eu não compartilhe nada e jogue sobre os ombros dos outros a minha responsabilidade; que faz com que um político aja como se tivesse sido eleito para ser servido, e não para servir; que faz com que uma guerra aconteça porque eu quero a riqueza de outro país ou porque quero que outro povo viva como eu acho certo viver. Quem pode negar que o preocupar-se apenas consigo mesmo e não com os outros está na raiz de todos esses males e de muitos mais?

Nós acreditamos que o ser humano é o que o existe de mais valioso. Vale mais do que o ganho pessoal, mais do que as ideologias, mais do que as crenças pessoais, mais do que o desenvolvimento... E a única forma de dar ao ser humano o seu devido valor é me preocupando com os outros como eu me preocupo comigo mesmo. “Amar ao próximo como a si mesmo” não é apenas uma frase religiosa: é a indicação de que o caminho é desejar que o outro também receba tudo aquilo que eu desejo para mim. Se eu tiver esse pensamento como meu norte, terei um instrumento poderoso para vencer o egoísmo no meu dia a dia. Terei um guia seguro para me ajudar nas minhas relações pessoais, familiares, de trabalho, na minha comunidade... Saberei que as pessoas estão acima de qualquer vantagem que eu possa obter, estão acima até mesmo da razão que acredito ter. Serei capaz de compreender que quem é diferente de mim – e até quem parece ser diferente de todo mundo – tem tanto valor quanto eu.

E o que fazer com os milhares de atos ruins e egoístas, pequenos ou grandes, que continuam acontecendo todos os dias? Nós não acreditamos que retribuir na mesma moeda seja a solução. O mal e a violência são como um ciclo, são capazes de continuar gerando mais mal e mais violência infinitamente. Quando eu me revolto – com o que fizeram de errado comigo ou com o que fizeram de errado com outra pessoa – muitas vezes chego a ser capaz de fazer também um mal enorme. Cabe a cada um de nós romper esse ciclo. Não deixar o egoísmo e o mal se perpetuarem é uma responsabilidade muito grande que cada um de nós carrega. Acreditamos de verdade na frase de Gandhi que diz: “Olho por olho e o mundo acabará cego”.

E por que estamos fazendo esse apelo a todos, aos jovens e aos adultos, aos poderosos e àqueles que aparentemente não têm poder nenhum? Porque não acreditamos que a paz e a justiça sejam responsabilidade só dos grandes da Terra, das figuras importantes da política, da religião, da economia... Eles têm uma parcela enorme de responsabilidade, sim; e cabe a nós tomar decisões sábias e bem pensadas na hora de escolher aqueles que podem ser eleitos por voto. Porém, também cabe a nós, também cabe aos mais pequenos e humildes, se comprometer pela paz e pela justiça, se transformar para eliminar de dentro de si o egoísmo e para aprender a colocar o ser humano em primeiro lugar. Se cada um cuidasse bem da sua família e da sua comunidade, quantos males seriam erradicados do mundo?

Sabemos que não é fácil agir certo em um mundo onde os espertos parecem ser os vencedores. Tudo o que temos a lhe oferecer é isto: nós estamos do seu lado. Você não está sozinho. Nós também estamos tentando agir certo, mudar a nós mesmos, nadar contra a corrente.

A frase que repetimos todo o tempo na nossa caminhada é “O mundo muda se eu mudar”. Contamos com você para essa mudança!

Os jovens dA Praça
Fb.com/aapraca

*Em sintonia com o 4º Encontro Mundial dos Jovens da Paz – Encontro com a Consciência, que acontecerá em Nápoles no dia 4 de outubro de 2014.

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