A PRAÇA: um PONTO DE PAZ, um conto de luz (3ª Gincana)

Pubblicato il 13-04-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

No país que só eu conheço, havia uma PRAÇA onde não havia noite, porque um grande lampadário, com uma luz especial, transformava em dia a noite mais escura. Nessa PRAÇA vinham brincar todas as crianças que já tinham terminado suas tarefas e que não passavam horas e horas diante da televisão. Ali “inventavam” sua televisão, brincando ao ar livre, e tudo dava certo, graças à luz especial do lampadário.

As autoridades e os habitantes dos arredores desejavam um lampadário semelhante e chegaram até a encomendá-lo, mas ninguém conseguiu um parecido. Por fim, concluíram que a melhor solução era levar as crianças para juntar-se às que brincavam nA PRAÇA iluminada. Assim, toda noite, numerosas crianças, acompanhadas ora do papai, ora da mamãe, ora da titia, iam à PRAÇA para se divertir.

Como aquele lampadário conseguia irradiar tanta luminosidade, ninguém conseguia compreender. Só as outras lâmpadas conheciam Dina, uma lâmpada especial, que uma vez caiu do céu. Não se sabia exatamente de onde ela viera, mas Dina brilhava como uma estrela. 

Aquele estranho lampadário passava por momentos de tristeza quando suas lâmpadas mais fracas paravam de iluminar e adormeciam e nem mesmo o esforço das companheiras para lhes dar um pouco de luz conseguia reanimá-las. Aí, no dia seguinte, vinha o funcionário das Centrais Elétricas, retirava as lâmpadas queimadas e as jogava no lixo. 

Quanta amargura! As que ficavam assistiam à cena com muito medo e sem poder fazer nada. Só paravam de chorar para dar boas-vindas à que chegava. Então, com a maior dificuldade, retomavam seu oficio de iluminar os jogos e as brincadeiras das crianças, sempre encorajadas por Dina que, sendo a mais luminosa, cedia continuamente às colegas um pouco de sua luz. 

Dina realizava cosias maravilhosas: entrava pelas janelas, passava por debaixo das portas, introduzia-se nas fechaduras... Ninguém conseguia detê-la. Quando percebia a ausência de uma pessoa, ia atrás dela para fazer-lhe companhia. Compreende por que lhe queriam tanto bem e seriam capazes de tudo por sua causa? Dina era a mais bela e a mais corajosa de todas as lâmpadas do mundo. Graças à sua luz, as noites eram sempre agradáveis e sempre um amigo novo se juntava aos velhos. 

Mas numa daquelas noites, o lampadário apareceu com um jeito diferente de iluminar: tinha-se a impressão de que sua luz estava aos poucos se enfraquecendo. Foi uma confusão – que tragédias amigos: Dina estava se apagando. De tanto iluminar, a luz tinha faltado para si mesma. Até os adultos ficaram preocupados. As colegas estavam desorientadas e aguardavam com terror a passagem do funcionário das Centrais Elétricas. Ele iria jogar no lixo a mais bela e corajosa lâmpada do universo. Todos choravam e diziam que Dina não poderia terminar assim, mas ninguém sabia o que fazer para salvá-la.  

Porém havia um menininho que não se conformava com aquela situação. Ele morava exatamente nA PRAÇA e, há alguns meses antes, tinha ficado tão doente que nem tinha forças para sorrir. Somente Dina, entrando em seu quarto, à noite, lhe havia feito companhia, inventando brinquedos de luz especiais para ele. Numa daquelas visitas, a lâmpada ensinou o menino a voar. Ninguém tomou conhecimento disso. Era um segredo entre os dois. 

Por isso o menino achou que tinha de descobrir um meio de salvar Dina. Então, voou como Dina lhe ensinara; voou, voou, até que encontrou uma estrela, pequenina, mas luminosíssima. 

Nosso pequeno amigo encheu-se de coragem, pois Dina lhe ensinara também como fazer para não se deixar ofuscar pela luz. Contou à estrela a história da lâmpada. A estrela lembrou-se de Dina... e comoveu-se: então, caiu uma lágrima de seus olhos. O menino colheu aquela lágrima num vidrinho que trazia consigo. 

Retornando à terra, ainda mergulhada na noite, o menino apanhou uma escada e, enquanto todos dormiam, subiu o lampadário. Tirou do vidrinho a lágrima da estrela. A lágrima era o coração de Dina e ela se reanimou para surpresa e alegria de todos. Deu um abraço apertado no amigo e, subitamente, inundou de luz as suas companheiras que, de tanto chorar, estavam também se apagando. 

A partir daquele dia, nada mais pôde ameaçar a “família” dA PRAÇA, porque sua luz vinha do alto, vinha das estrelas. 
[Ernesto Olivero]
(*) Este texto é parte do livro: "O país que só eu conheço" – Cidade Nova Editora e Ed. Loyola

Algumas fotos da 3ª edição da GINCANA "Saia de Casa para brincar com a gente", iniciativa dA PRAÇA (SERMIG - Fraternidade da Esperança e Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários)

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