Arsenal 20 ANOS: “Peço a Nossa Senhora que continue guardando o ‘nosso Arsenal’”

Pubblicato il 16-03-2016

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Em 13 de dezembro de 1995, Dom Luciano Mendes de Almeida escrevia no diário de Ernesto Olivero: “Vamos para o Santuário da padroeira do Brasil; que ela nos abençoe e nos diga o que devemos fazer para cumprir a vontade do Senhor". Naquela época, tratava-se de descobrir se a vontade de Deus era começar um novo Arsenal no coração de São Paulo. A história deu a resposta... Ao longo do caminho, nunca devemos parar de agradecer e de tentar entender. Por isso, com espírito de gratidão, em 13 de março, um dia após a celebração dos 20 anos de vida do Arsenal da Esperança, um grupo de jovens, voluntários e amigos da Fraternidade da Esperança, italianos e brasileiros, fizeram uma peregrinação a Aparecida. Eis algumas das sensações sobre aquele dia que reservamos especialmente “para pedir a Nossa Senhora que continue guardando o ‘nosso Arsenal’”.

Célia Ramalho
No domingo passado (13/03), fui convidada para peregrinar com um grupo de consagrados, amigos e voluntários do Arsenal da Esperança ao Santuário Nacional de Aparecida, em agradecimento aos primeiros 20 anos de existência do Arsenal de São Paulo, celebrados com várias atividades durante a semana e uma missa solene no dia anterior.

Ir à Aparecida sempre foi muito especial para mim, fui batizada na “igreja antiga” como pagamento de uma promessa e também porque cresci assistindo a devoção de minha mãe à N. Sr.ª Aparecida, “regada diariamente” às 18h, com o terço em suas mãos, rezando para pedir ou agradecer alguma Graça. 

Na infância, fomos várias vezes em romarias à Aparecida e nunca me esqueci dos rostos, da sala dos milagres, da emoção daquelas pessoas que se prostravam diante da santa. Sempre me perguntei por que tanta gente atravessava horas para chegar até aquela cidadezinha, que tinha uma história, até que interessante, de um grupo de pescadores que havia encontrado uma imagem... Mas era só isso... Tive que trilhar um longo caminho pra entender com o coração o significado da devoção de todas aquelas pessoas que ainda hoje, não medem sacrifícios para ir à Aparecida.

Logo que chegamos, entramos no Santuário para participar da santa missa e sua grandiosidade me fez lembrar de forma bem particular a força de Nossa Senhora na minha história. 

Fiquei uma boa parte da minha vida afastada da Igreja, mas foi ela, a Senhora de Aparecida, que me ajudou a voltar... Minha fé, que eu acreditava haver perdido, ficou guardada em algum canto e, por providência, acabei vindo morar em um condomínio que fica ao lado de uma igreja cuja padroeira é Aquela que me acompanhou a vida inteira... Mas isso não bastou... Foi preciso muito sofrimento até trilhar de volta um caminho de "reconversão".

Um dia, entrei pela porta dessa igreja e então me lembrei daquilo que ouvi minha mãe dizer a vida inteira: não havia nada do que ela pedisse com fé que Nossa Senhora não levasse ao Pai... Mas eu não tinha mais fé, e então disse a Ela que eu estava ali, que não me lembrava de preces decoradas, mas que eu precisava de Deus, que eu queria voltar, que havia cometido muitos erros, mas ouvi dizer que o Pai que está nos céus e em toda parte ainda me esperava, bastava que eu quisesse voltar... Que eu não tinha mais forças para lutar sozinha, e que Ela, como mãe, levasse minhas súplicas até seu Filho.

Algum tempo se passou e fui aos poucos voltando a frequentar a Igreja, conheci o Amor e a Misericórdia de Deus, através da doçura de Nossa Senhora que como mãe zelosa foi colocando em meu caminho instrumentos preciosos para me sustentar, um deles é o Arsenal da Esperança.

Penso nas histórias e nos rostos que eu conheci desde que me enchi de coragem e cruzei o portão do Arsenal, nos que encontraram a porta sempre aberta, nos doentes, nos rosários que já foram rezados e nas inúmeras vezes em que uma das 51 mil pessoas acolhidas na casa chamou por Nossa Senhora e pediu-lhe algo, mesmo que fosse apenas seu colo seguro de mãe para atravessar uma noite escura.

Peço a Nossa Senhora que continue guardando o “nosso Arsenal” – digo nosso porque eu escolhi ficar ali – e que possamos aprender de Nossa Senhora Aparecida a mesma fidelidade, o mesmo silêncio, a mesma entrega, e que a vontade de Deus tenha espaço dentro de nós, que Ele nos ajude a ser sinal de Seu reino, onde Ele nos colocar.

Terminada a santa missa, fomos andar pela cidade e ver os rostos dos romeiros, as pessoas pagando promessas de joelhos, as velas acesas... Ave Maria...

Kelly Hatsuga 

É uma sensação inexplicável... Quando chegamos à basílica de Aparecida, com amigos brasileiros e italianos, a única palavra universal era “Maria”, a nossa mãe, e depois ver, sentir aquele silêncio. [...] Tudo acontece ao mesmo tempo, você agradece e recebe um agradecimento, e é desta forma para varias coisas no seu interior.  É interessante... A resposta é simples... Você não precisa de nada para ir muito longe, você precisa acreditar em você, e acreditar em você é acreditar em algo, é ter fé, determinação, vontade, simplicidade, atitudes. Acho que isso vale para todo mundo e todo mundo deveria experimentar, ao menos uma vez na vida, independentemente da religião. 

Talvez seja mais comum que a religião leve as pessoas a fazer uma peregrinação. Tendo uma crença, ao chegar lá você se sente renovado, abençoado e grato por estar vivendo essas reflexões e provas da sua fé. Você se sente abençoado e isso o faz recordar: “Você não precisa de nada para ir muito longe, só de você, só da sua fé!”.

São interessantes o caminho, as passagens, a trajetória e a hora natural em que “acontece” o silêncio interior. No início, todo mundo está junto, contando estórias ou historias, piadas, outros rezando… Mas, após algum tempo, existe uma dispersão natural, até que você percebe que está sozinho ou com um ou dois amigos. O assunto acaba, o silêncio e a reflexão naturalmente aparecem, levando você a uma “conversa interior”, retrospectiva, a uma reflexão.

Esses momentos nos levam a sentir que devemos sempre ter esperança em nosso cotidiano e agradecer também por dias especiais que nos confirmam que ela “é possível”, como experimentamos no dia anterior, na comemoração pelos 20 anos de Arsenal da Esperança, “casa que acolhe” com amor e dignidade conforme os ensinamentos de Deus.


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