ARSENAL DA ESPERANÇA: das raízes ao futuro, passando pelos frutos...

Pubblicato il 29-01-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

1º de fevereiro de 1996 – 1º de fevereiro de 2014: 18 anos de ARSENAL DA ESPERANÇA

Dezoito anos! É a idade da maioridade, uma meta importante na vida humana, uma bela idade que, além de ser comemorada pelos seus primeiros (mas não poucos!) frutos, estimula, sobretudo, a olhar para o futuro, a seguir em frente. Talvez seja essa uma das maneiras de compreender, e não apenas celebrar, o aniversário dos dezoito anos do ARSENAL DA ESPERANÇA Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida. 


No dia 1º de fevereiro de 1996 um pequeno grupo composto de três jovens missionários italianos do SERMIG (Serviço Missionário Jovens) - Fraternidade da Esperança e de cerca de dez pessoas de São Paulo, membros da ASSINDES (Associação Internacional para o Desenvolvimento), entravam nas instalações da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás para fundar o ARSENAL DA ESPERANÇA, graças ao convênio firmado com Governo do Estado de São Paulo que nos concedia o uso do local. 

Para o SERMIG, grupo fundado em Turim (Itália) por Ernesto Olivero e sua esposa Maria Cerrato e que este ano comemora o seu cinquentenário de existência, começava uma nova etapa, cheia de incógnitas, mas já esperada e sonhada, na lógica de uma utopia possível. 

O carisma da Esperança e as escolhas de paz, de partilha, de solidariedade globalizada e de alternativa cristã manifestada no estilo de vida e numa espiritualidade vivida 24 horas por dia agora tinham também em São Paulo um lugar simbólico e concreto para serem amadurecidos, enraizados e propostos. 

Herdar a responsabilidade de um lugar histórico tão importante (mas também tão abandonado), que por mais de um século hospedou cerca de 2,5 milhões de imigrantes antigos e recentes, para transformá-lo novamente em um lugar de dignidade para os mais necessitados e de esperança para todos os que buscam o sentido de sua vida se tornava um desafio poderoso, a ser encarado com lucidez, inteligência e profecia. 

O percurso desses primeiros dezoito anos foi desenhado sobre essa aposta contínua, nunca inteiramente ganha, não só porque o Arsenal precisa ser redesenhado continuamente, mas sobretudo porque a aposta se move de acordo com as necessidades e os anseios das pessoas que passam pelo Arsenal, daqueles que nele acreditam ou que simplesmente cruzam o seu caminho. Vamos tentar indicar algumas dessas apostas, ainda que de forma certamente incompleta.   

O verdadeiro coração do ARSENAL DA ESPERANÇA é a Fraternidade da Esperança, uma comunidade de consagrados, consagradas, famílias e jovens, que cresceu nesses anos com muitas realizações e com novas metas a serem atingidas. Como em todas as experiências humanas, houve altos e baixos, com dificuldades, derrotas e decepções... Mas, justamente por isso, o caminho se fez sólido, robusto e bem ancorado. Enraizou-se, também aqui no Brasil, uma espiritualidade nascida da “Palavra de Deus”, dialogante com o mundo, de um “mosteiro a céu aberto” – como Ernesto Olivero ama defini-lo. 

Ao longo desses anos, essa experiência fez brotar novas escolhas de consagração e de dedicação definitivas por parte de jovens e de famílias brasileiras que decidiram dedicar e misturar os seus talentos (os mais diversos!) numa vida guiada pela Regra do SIM, uma regra espiritual provada pelo tempo, pela vida e pelo silêncio, mas ainda em construção, justamente porque procura ser viva, atenta às situações e às necessidades mais atuais. Enfim, no centro visível e invisível desses dezoito anos do ARSENAL DA ESPERANÇA está uma história, compartilhada por homens e mulheres, que tem ainda um sabor de futuro, o sabor do entusiasmo e da fidelidade do começo, o sabor dos 18 anos!

A experiência dessa comunidade, que contou (e continua contando) com a preciosa e fundamental amizade com Dom Luciano Mendes de Almeida, com a colaboração e o apoio de milhares de amigos, voluntários, funcionários e benfeitores e com a confiança do Governo do Estado e da Prefeitura de São Paulo*, se transformou, nesses dezoito anos, em uma casa para mais de 45.000 pessoas do assim chamado “povo em situação de rua”, jovens e adultos que sofrem pela falta de trabalho, casa, alimentação, saúde e família. 

São eles os primeiros protagonistas dessa aventura cotidiana porque encontram aqui dignidade, esperança e confiança... Apreciados em sua humanidade, muitas vezes pisada pelas situações e pelos duros mecanismos sociais do nosso tempo, cada um tem a possibilidade não só de se reencontrar na sociedade, mas também de descobrir o seu próprio espaço, os seus direitos e deveres, o seu caminho. 

E o ARSENAL DA ESPERANÇA se tornou hoje também um ponto de referência para milhares de jovens que atravessaram o seu portão para se confrontar, por assim dizer, com um outro mundo possível, com o mundo que semeia bondade e caridade para desarticular as desigualdades e as injustiças que mais geram sofrimento e morte, o mundo da solidariedade que muda a vida de quem a recebe e de quem a oferece, o mundo da verdade sobre o homem (todo homem e mulher) que necessita de paz, o mundo da proximidade, da amizade, da partilha vivenciada – sem receio da recusa – que abre para o diálogo e que pode quebrar qualquer barreira... 

Centenas de encontros com esses jovens, fundados nessas convicções e experiências, fazem do ARSENAL DA ESPERANÇA uma casa que semeia uma outra cultura entre as novas gerações, uma cultura/ação livre dos esquemas políticos e ideológicos, livre da lógica da violência, mas capaz de reconciliar e provocar, de inclinar-se sobre os últimos e, ao mesmo tempo, de falar e agir “silenciosamente” para mudar o mundo.

Acreditamos que tudo isso seja um bom sinal que vale a pena ser comemorado e principalmente amado e encorajado, para que continue a gerar frutos de justiça e de paz nas próximas décadas. Se Deus quiser... 
Feliz aniversário, Arsenal da Esperança!

* Em 2008, depois de doze anos de parceria com o Governo do Estado de São Paulo, os serviços prestados no ARSENAL DA ESPERANÇA se tornaram objeto de convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social.

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