As imigrantes: história de um reencontro...

Pubblicato il 18-09-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Se tivéssemos que escrever agora a história da imigração malinesa ou guineense ou burquinense em São Paulo e no Brasil, diríamos, a partir do nosso ponto de vista – que é o Arsenal da Esperança – que se trata de um fenômeno prevalentemente masculino... Mas o fenômeno é recente, ele está acontecendo “ao vivo”, diante de nossos olhos. É cedo demais para escrever essa história, mas nunca é cedo para anotar as pequenas histórias que, um dia, farão a história maior. Relatamos aqui a história de um reencontro: entre o senhor Youssouf Sylla, um dos nossos primeiros acolhidos do Mali (hoje ex-acolhido), e a senhora Sylla, que acabou de chegar ao Brasil... 

Em meados de 2012, Youssouf Sylla deixou sua terra natal, o Mali, em busca de uma nova vida no Brasil. Na África deixou sua jovem esposa e um filho pequeno, com a promessa de que um dia viriam juntar-se a ele em nosso país. 

Este jovem imigrante foi acolhido no Arsenal da Esperança e, juntamente com Adama Konate, foi um dos meus primeiros alunos africanos numa sala em que predominavam os haitianos. Pude assim acompanhar, passo a passo, sua luta para aprender o português, buscar um trabalho e adaptar-se a uma nova cultura. Todas essas dificuldades eram amenizadas pela esperança de concretizar um dia o sonho de reunir sua família no Brasil. E esse sonho começou a tornar-se realidade quando ele conseguiu um trabalho e alugou uma pequena casa num bairro distante do centro. Deixou então o Arsenal da Esperança, mas continuou presente através de mensagens e de visitas à casa que tão carinhosamente o havia recebido.

Youssouf mantinha comigo uma comunicação constante, sempre falando da luta nada fácil para a obtenção do tão sonhado visto para a esposa. Um dia chegou a notícia tão esperada: “Professora, tudo certo, minha esposa vai chegar no dia  4  de setembro. E o primeiro lugar aonde vou levá-la será o Arsenal da Esperança”.

Tudo aconteceu como estava previsto e no último dia 9 de setembro, com uma alegria incontida, Youssouf voltou ao Arsenal da Esperança acompanhado por Madame Sylla, tão bonita em seus trajes e adereços africanos. Como fala somente bambara, ela deixava transparecer no olhar e no sorriso tímido a alegria de estar entre amigos. 

Alegramo-nos com você, querido amigo Youssouf. Agradecemos por partilhar conosco esse momento em que retoma o relacionamento, o diálogo e o afeto com sua companheira, no exato ponto em que um dia foram interrompidos. O reencontro é a recompensa da espera. Desejamos que seja muito feliz esta sua história que começa a ser reescrita. E o próximo capítulo desta sua aventura, já aguardado com ansiedade, será a chegada de seu filhinho que, temporariamente, está sendo cuidado pelos avós, na África.

Desejamos que vocês sejam sempre muito felizes. Contem sempre com nossa amizade e nosso carinho.
Sônia Altomar

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