CARLO MARIA MARTINI: sabia olhar para longe...

Pubblicato il 31-08-2012

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Morreu hoje (31/08), na Itália, o cardeal Carlo Maria Martini. Sacerdote jesuíta, nascido em 1927 numa cidade perto de Turim, tinha sido nomeado arcebispo de Milão, em 1979. Além de sua dedicação como pastor de uma das arquidioceses maiores do mundo, Martini também era reconhecido como grande biblista e defensor do diálogo entre ateus e crentes e entre as diversas religiões.

Ernesto Olivero e a nossa fraternidade tiveram a oportunidade de se encontrar com ele várias vezes, em Milão, em Jerusalém – onde morou por longos períodos – e no próprio Arsenal da Paz de Turim. Martini fez, também, a apresentação de alguns livros de Olivero, entre eles, “O sonho de Deus – Cartas a um amigo” (Ed. Paulinas). Queremos recordá-lo com estas palavras: 

Caro Ernesto, 
Todos nós sonhamos: e o objeto dos nossos sonhos não são apenas mundos fantásticos, mas também aquelas coisas que nós gostaríamos de ver transformadas em realidade e para a concretização das quais existem todas as premissas, mas... É este “mas” que separa o mundo dos ideais humanos e religiosos da realidade quotidiana. 

Você, meu caro Ernesto, quis ultrapassar deveras estes sonhos humanos, porque você colocou como título de seu livro “O sonho de Deus”. Você se perguntou como Deus vê e como quer a Sua Igreja, como Ele quer esta nossa humanidade, e quais são as coisas (muito simples, no fundo) que seria preciso fazer e que poderiam de fato serem feitas, para que um pouco mais deste sonho se tornasse realidade. 

De fato, quem lê seu livro percebe que neste “sonho” há também muita coisa de seu sonho: muito das suas experiências, do seu coração, algumas vezes também um pouco das suas ideias e da sua visão das coisas e, portanto, reformáveis. Mas no conjunto, é toda uma carga de quem gostaria de tornar real uma humanidade melhor, e crê que, com a graça de Deus, alguns passos nesta linha são possíveis. 

Eu também reconheço que, ás vezes, me ponho a sonhar. Já me aconteceu mais de uma vez, durante as liturgias solenes, ter visto uma Jerusalém maravilhosa descer do céu e formar um mundo novo, aquele no qual não há mais injustiças, não há mais lágrimas. E eu me dou conta de que, olhando um pouco em torno de mim, este novo mundo já está nascendo, apesar de todas as nossas deficiências e fraquezas. 

Ele está nascendo sobretudo com a gente simples, que vive a santidade na vida de cada dia. É para essa gente que você escreveu, para “os pobres de Javé”, que somos todos nós, e para os quais foi proclamado este sonho maravilhoso que são as bem-aventuranças evangélicas. Como seria lindo se este livro fosse um estimulo a mais para a realização deste sonho! 
Cardeal Carlo Maria Martini

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