Fazer o bem: aprendizados que eu não encontraria sentada em frente a uma TV...

Pubblicato il 11-08-2014

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Recomeçaram as aulas e daqui a alguns dias recomeçam também as visitas e o voluntariado dos jovens das escolas, uma experiência que pode se tornar marcante, como no caso da Julia, 18 anos, universitária, que conheceu o Arsenal justamente no período do colégio e que hoje “vem aqui com suas próprias pernas”... Uma experiência que também você pode fazer!

De que atividade participa no Arsenal da Esperança e por que resolveu participar?


Eu participo de atividades do dia a dia. Quando se fala em trabalho voluntário, estamos acostumados a pensar em grandes coisas, difíceis e nem tão comuns, que somente pessoas capacitadas podem realizá-las. Mas, no Arsenal, aprendi que não é sempre assim. Por ser uma casa que abriga diariamente muitos homens, (cerca de 1.200) há muito o que ser feito. Por exemplo: eu já ajudei no bazar, em eventos da casa, nas atividades da biblioteca, na lavanderia, enfim, coisas comuns na casa de qualquer um de nós. 

O motivo de eu fazer parte, mesmo que pouco, é que com tudo que aprendi a fazer, percebi que com simples coisas, mas concretas e singelas, podemos servir as pessoas de uma forma muito bonita e real, não fictícia, virtual. Um “simples” arrumar a cama, lavar uma roupa, oferecer conhecimento, servir uma deliciosa comida parecida com a da mamãe, um “simples” estar perto de quem precisa é o mais importante da vida, pois, assim, não somos apenas seres vivos existindo no planeta, mas tentamos viver como irmãos, como pessoas que mutuamente se ajudam e se amam. E encontrar esse modo de vida tão oposto ao mundo em que nós vivemos me cativou muito, e, além disso, a cada dia trabalhado, a cada realidade conhecida, a cada olhar, a cada sorriso, é acrescentado em minha vida aprendizados que eu não os encontraria sentada em frente a uma TV, por exemplo.  

Como ficou sabendo das atividades do Arsenal?

Bom, tudo começou em 2013 com o grupo de pastoral do colégio que eu estudei (Colégio de Santa Inês) com nosso coordenador Max, que nos levou até o Arsenal. Nós íamos lá toda semana (e o grupo continua indo) e realizávamos atividades cotidianas da casa, como eu já disse, como dobrar toalhas (1.200 que são todas lavadas e dobradas diariamente); ajudar na organização do bazar; esvaziar estantes de livros; atravessar o pátio do Arsenal com pilhas de cadeiras, etc . Quando me formei no fim do ano de 2013, o que significava que não mais participaria das atividades do colégio, eu comecei a ir ao Arsenal com minhas próprias pernas, o que marcou uma nova fase na minha vida. Como antes, continuei a ajudá-los em várias atividades da casa e, assim, pude, aos poucos – o que não cessa – conhecer melhor a história e a essência dessa maravilhosa obra. 

Que contribuição acredita que essa atividade esteja dando a sua vida?

Eu sempre tive (graças a Deus), desde criança, um pensamento de ajudar o próximo, amar e servir. No entanto, ficava apenas em minha mente, fosse por falta de atitude, e também, de conhecimento e oportunidade. Ao frequentar e participar das atividades do Arsenal, aquilo que apenas eram ideias, pensamentos, foi, aos poucos, se tornando real. E isso, com certeza, mudou, radicalmente, minha vida e visão de mundo. Aprendemos com Jesus palavras de ir, de servir, de amar, mas muitas vezes, se não, em todas, apenas ficamos nas palavras e nos esquecemos do exemplo deixado pelo próprio Jesus, que não apenas falou belos discursos, mas pôs a mão na massa, fez o improvável, colocou em prática tudo o que disse, verdadeiramente amou. 

Todos os encontros, conversas e reflexões – que também fazíamos, éramos alimentados, levados a refletir, não era apenas um fazer por fazer, tudo tinha um sentido, um porquê – fizeram com que eu não mais apontasse o dedo aos outros como antes, dizendo que a culpa é desse ou daquele. Eu aprendi que se eu não mudo, não posso esperar ou obrigar que as pessoas mudem; e que, se há em mim um incômodo, a mudança precisa partir de mim, pois Deus não me incomodaria, não me capacitaria a ver tal realidade, à toa. 

O mais incrível que eu aprendo diariamente, é como Deus é gracioso e se mostra a nós, capacitando-nos com o verdadeiro amor, com coragem e alegria para servir e se doar aos outros de modo que ele, da forma que sustenta e fez o Arsenal – não como mais uma obra social como tantas outras, mas como algo diferente, como uma lâmpada vista por todos – seja louvado. 

Qual a sua opinião a respeito do Arsenal ter aberto as portas para a juventude?

Eu sou verdadeiramente grata por essa chance não só por mim, ou pelos meus colegas, mas por todos que participam porque eles podem conhecer e ver o exemplo de vida de doação dos missionários e voluntários e também dos acolhidos, e refletirem se estão, de fato, tendo uma vida que vale a pena ser vivida, que tem sentido, que tem valores. E então, têm a bela chance de perceber que suas vidas são grandemente úteis e preciosas, que têm um propósito e que precisam viver – do jeito único de cada um – da melhor e mais proveitosa forma possível e encontrar o sentido de viver, de estar aqui.  

Na sua opinião, por que é importante praticar o bem e como se sente ao ajudar outras pessoas?

Eu não consigo ver o bem sendo praticado se não houver amor, pra mim isso não existe. A ideia de praticar o bem simplesmente porque é politicamente correto, e ético, e digno de aplausos, não me agrada. Praticamos o bem porque amamos e nos importamos. Porque nos vemos no outro, em seu sofrimento, em sua dor, em sua diferença. E não é porque faço o bem, que ajudo, que estou em um patamar elevado. Não. Ao ajudar sou grandemente ajudada: primeiro, porque Deus me capacita; segundo, que ao amar, o outro, que percebe meu carinho e atenção, retribui em dobro, e, se não correspondida, encontro conforto em Jesus, o qual não agradou a si mesmo. É importante praticar o bem para expressarmos o melhor que há em nós, expressarmos a beleza em nós, muitas vezes, contida, oculta, e então, nos tornarmos verdadeiros irmãos. 

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