SAMPA perfeita? Mais Veneza ou Nova Iorque...

Pubblicato il 06-02-2010

di ARSENAL DA ESPERANÇA

Todos os dias em São Paulo quando levantamos os olhos para o céu, ficamos imaginando a chuva da tarde que, pontualmente, cai do céu com toda a sua força por volta das 16 horas. Em poucos minutos o nosso bairro (a cidade toda) torna-se uma grande Veneza. As ruas se tornam rios que invadem tudo aquilo que encontram, há muito tempo já nos prevenimos com pequenas barragens, mas pouco adianta: como em Veneza a “água alta” não perdoa...

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Imagine São Paulo como Nova Iorque! Violência nas ruas, degradação social, trânsito cada vez mais incontrolável, poluição e tudo mais... Deveríamos fazer como fazem os norte-americanos que sobre tudo isso inventam histórias fantásticas, realizam filmes chocantes: a “grande maça” foi destruída, nos cinemas, centenas de vezes, sempre na esperança que a realidade nunca superasse a fantasia (coisa que não aconteceu no 11 de setembro de 2001).

Será que, de verdade, o que se vive nas ruas de São Paulo supera qualquer fantasia? Talvez sim, mas acredito que se a última pesquisa do Ibope aponta que o 57% dos paulistanos querem fugir de São Paulo, algo precisa ser dito.

Ontem, na portaria do Arsenal, tive um “dialogo” com um acolhido da casa. Perguntei pra ele: “Você é de Minas, porque veio aqui?”. Ele me respondeu: “São Paulo é a maior cidade da América do Sul, aqui se encontra tudo o que você deseja encontrar”. Segunda pergunta: “E você, o que encontrou até agora?”. E ele, com um sorriso amarelo e simpático ao mesmo tempo, levantou os braços e disse: “Nada!”.

A insatisfação da maioria dos paulistanos talvez se encontre na procura da felicidade, do Eldorado, do lugar onde tudo é perfeito: trabalho, lazer, modernidade, segurança, pessoas que me agradam ou, como no caso do nosso amigo do “dialogo”, o lugar onde espero realizar os meus sonhos. Tudo bem, São Paulo tem vários problemas, montanhas de problemas que parecem sem soluções, mas não podemos esquecer que a vida não é feita de “perfeições”!

Em uma sociedade onde tudo é possível, sem ter nenhum vinculo verdadeiro com ninguém (casa, trabalho, namorado/a, parceiro/a, amigos, religião, escola, partido político...) significa que se perdeu qualquer vinculo cívico ou de comunidade. Hoje se acha mais fácil se livrar dos problemas denunciando, delegando ou simplesmente fugindo, fingindo que não cabe a mim... ao invés de lutar, se comprometer para melhorar o que está ao nosso redor. Podemos procurar a felicidade em qualquer lugar do mundo, a serenidade em qualquer chácara mergulhada na natureza, mas se “amamos” somente as nossas coisas, as nossas sagradas propriedades, a nossa inviolável privacidade... sem nunca pensar nos outros, na comunidade, sem nunca me interessar pelas questões que interessam a cidade como um todo, nunca encontraremos o lugar “perfeito” e feliz que estamos procurando, ficando ou deixando São Paulo.

E aqui vem uma boa noticia! Não precisamos fugir para encontrar a felicidade, porque ela está onde nós estamos! Precisamos simplesmente amar a nossa cidade e não apenas a nossa a rotina e aquela dos nossos amigos. A cidade muda para melhor somente se entendermos que não estamos sozinhos em uma floresta de desconhecidos. A cidade não são muros, ruas, prédios, lojas, viadutos, meios de transporte oferecidos... mas sobretudo as relações entre pessoas que querem atingir a mesma felicidade. Quando descobriremos que não estamos sozinhos, quando enfrentaremos o desafio de participar de uma comunidade... o nosso sonho não será mais sair de SP ou de qualquer outro lugar, mas de acreditar que juntos podemos melhorar a nossa condição de vida e a de quem está perto de nós. Temos que AMAR MAIS e, talvez, também nesta imensa cidade encontraremos aquilo que todos estamos procurando.

Lorenzo (Fraternidade da Esperança)

Foto: VEJA São Paulo

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