Somos bonitos porque nos queremos bem!
Pubblicato il 18-07-2016
Não é fácil descrever o que aconteceu no primeiro retiro dA PRAÇA, que ocorreu no final de semana de 15 a 17 de julho. Mas uma foto pode resumir toda a beleza desse grupo, que não pode ser chamado de grupo de jovens, não pode ser chmado de pastoral... Enfim, um grupo impossível de rotular. Trata-se da foto tirada durante o aniversário da Maria Alice. Pode parecer uma foto qualquer, mas no fundo ela revela uma intimidade que vai além de nos sentirmos apenas amigos. Aquele indicar com o dedo o protagonista daquele momento ocorreu sem que percebêssemos que era um indicar mais profundo daquilo que somos: um grupo de jovens, adolescentes e adultos que se querem bem. Quem lê este texto pode pensar: “Qualquer grupo que faça uma experiência de dois ou de três dias de partilha, no final da viagem, aparenta se querer bem”. Isso é verdade e é bom que seja assim, mas acredito que a força desse grupo heterogêneo é justamente o se querer bem, o crescer juntos, o ser exemplo um para o outro no querer bem ao próximo e o não ter medo de estar aberto para acolher outras pessoas. Por isso, aquele indicar está dizendo ao mundo: veja o quanto somos bonitos!
Este retiro foi uma etapa importante depois dos três primeiros anos dA Praça. Para quem não conhece, o “espaço” dA Praça pode ser explicado como o espaço concreto/virtual em que os amigos e as amigas da Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários e do Arsenal de Esperança se encontram para crescer juntos, para escutar a palavra de Deus e para pensar em como Ele gostaria que nós nos tratássemos e em como colocar isso em prática. Com isso, descobrimos e temos a convicção de que sozinhos, no espaço de nossos condôminos fechados e das nossas casas blindadas, crescer e fazer comunidade se tornaram um desafio quase impossível. Se não gostamos e temos medo do mundo perigoso que os adultos construíram, chegou o momento de mostrar que, juntos, podemos fazer algo diferente. 
Um antigo ditado diz que “uma andorinha só não faz verão”, mas pode indicar a direção do tempo, o início da nova estação... E a direção que aqueles dedos da foto mostram, ainda que inconscientemente, é o caminho em que as crianças, os jovens e os adultos constroem juntos um mundo novo para todos. Por isso o tema do retiro foi “Para fazer coisas maiores”. Jesus não tinha dúvidas de que um pequeno grupo de pessoas que se querem bem pode fazer coisas maiores do que as que Ele fez (Jo 14, 12), e nestes três anos conseguimos sonhar e organizar encontros, eventos e atividades que são, pelo menos, bem maiores do que as nossas forças. 
Foi bonito relembrar de tudo isso: a paciência que tivemos para nos esperar e nos juntar em um grupo, os esforços que fizemos para envolver nessa comunhão outras pessoas, sobretudo as crianças, com as várias gincanas e os blocos Batuca-Bresser. Foi incrível ver quantos jovens vieram, até de longe, para participar e nos ajudar. Lembramos as nossas participações na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro e no Encontro Mundial dos Jovens da Paz realizado pelo SERMIG em Nápoles, na Itália... 
Mas o sonho mais incrível que realizamos é a reconhecida constância dA praça: por três anos, todos os sábados à tarde, nos encontramos para crescer juntos e pensar em algo para mudar o mundo. Vocês acham isso pouca coisa? Essa constância, tão rara de se encontrar hoje em dia, fez crescer a nossa vontade de fazer parte do coração vibrante e pulsante da Paróquia e do Arsenal da Esperança. Quem tem consciência disso sabe que nós somos o futuro e que, se os amigos dA Praça deixassem esse barco, ninguém mais estaria lá para continuar a navegar e tentar convencer e recolher os últimos e, mais difícil ainda, os indiferentes. 
No retiro, meditamos sobre a bondade de Deus lendo a parábola do bom pastor (Mt 18, 12-14) que se alegra por ter reencontrado a ovelha perdida. Na nossa realidade de hoje, em que são 99 as ovelhas perdidas, entendemos que, se quisermos formar uma comunidade, devemos ser ao mesmo tempo pastores e ovelhas, um do outro. Crianças, jovens e adultos sendo espelhos, mestres e exemplos. 
Rezamos muito nesse retiro, mais do que jamais fizemos antes. A percepção era a de que somos tão íntimos, de que estamos em construção, de que podemos estar juntos e estar bem em qualquer situação em que nos encontrarmos. Também brincamos muito, mas as brincadeiras se tornaram momentos importantes de formação e de crescimento, mesmo para os adultos. Sonhamos com o futuro dA praça, sobretudo com a esperança de que as pessoas possam um dia não ter medo de derrubar os muros dos condôminos fechados. Precisamos de centenas e centenas de lugares concretos/virtuais para centenas e centenas de pessoas que não querem se render à indiferença. 
Para isso precisamos primeiro ser concretos, ser mais fortes na escolha da amizade, para que também os outros possam decidir caminhar conosco ou nos imitar, para que qualquer comunidade do mundo possa ser bonita também. Devemos ter responsabilidade nas pequenas e nas grandes coisas. Nenhum de nós gostaria que as palavras de Jesus sobre os escribas e os fariseus (Mt 23, 1-12) fossem referidas a nós e à nossa conduta. Então, vamos enfrentar com coragem e determinação os nossos próximos desafios, a Mini-JMJ e a reforma do espaço físico da capela dA Praça. Nós enfrentaremos esses desafios juntos, para nos tornarmos ainda mais lindos! E você, quer se juntar a nós?Lorenzo Nacheli
* A PRAÇA é um percurso que brota da convicção de que “os pequenos podem fazer coisas grandes” realizando gestos e ações que possam estimular em todos a vontade de fazer mais pelo bairro, pela cidade e (por que não?) pelo mundo. Fruto da parceria entre o SERMIG - Fraternidade da Esperança e a Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, nasceu na pequena capela localizada na esquina do cruzamento da Rua Doutor Almeida Lima com a Rua Visconde de Parnaíba, próximo ao Memorial do Imigrante, no bairro da Mooca, tentando transformar esse local em um espaço de encontro da juventude, mas aberto a todos, para a realização de atividades de promoção da vida e de fortalecimento da comunidade.