Vocação: ONDE ESTÁS?

Pubblicato il 02-05-2012

di ARSENAL DA ESPERANÇA

VOCAÇÃO. Quantos equívocos nessa palavra! Quando rezamos pelas vocações não significa que rezamos a fim de que o maior número possível de pessoas se tornem sacerdotes ou entrem na vida religiosa, mas para que todos, sem excluir ninguém, comecem sua viajem da verdade para dentro de si, a qual Cristo, incessantemente, nos convida.

A vocação é uma para todos: é o encontro com Quem está no mais profundo de nós mesmos, o Único que nos revela a nossa verdade para transformar-nos em homens e mulheres de Deus. A vocação é uma, mas as respostas são muitas, uma para cada um, porque cada pessoas que vem ao mundo é única e irrepetível, algo que não existia antes e que não existirá nunca mais, com o seu papel especialíssimo


Dizia um místico judeu, rabbi Zusya: “No outro mundo não me será pedido: Porque você não foi Moisés? Mas: Porque você não foi Zusya?”. Começar de si mesmo é a única coisa importante, encontrar a coragem de pôr-se a caminho em direção à meta, seja perto ou longe, que é o nosso coração, para nos tornar a carne de um pensamento de Deus. 


Adão, onde estás? Fala Deus em Gênesis quando Adão se esconde depois do pecado. Eis o pecado: esconder-se por baixo de inúteis disfarces ou por trás de alguém dando inicio a conflitos que não terão fim. Onde estás no mundo? Em que ponto você se encontra? Você decidiu? É a pergunta que Deus, em todo tempo, continua fazendo a cada um de nós. A Deus não interessa o como: somos convidados a ser livres e criativos no modo em que realizamos a nossa vocação. Podemos nos tornar cozinheiros, taxistas, professores, jornalistas... mas a pergunta permanece a mesma, colada em nós como um elemento constitutivo da nossa pessoa. 


E não é nem uma pergunta: é uma provocação, é um convite a por em discussão a nos mesmos, sempre. Podemos, é claro, entrar na vida religiosa, como monge, padre, freira ou casando-se e tentando formar e manter uma família, mas a pergunta não para: onde estás? Está no seu lugar ou nos panos de alguém que não tem nada a ver com você? 


Todos, religiosos e leigos, vivemos nesse desafio que é a via da verdade interior, a verdade sobre nos mesmos e não das muitas conversas com as quais procuramos embelezar a realidade para nos iludir que somos melhores. É uma estrada dura, ninguém o nega. Santo Isaac, o Sírio (séc. VII) dizia: “Aquele que conhece os seus pecados é maior do que aquele que ressuscita um morto”. Ver a sua própria miséria, sem ter medo. Aquele medo é um sinal de orgulho, de quem está sedento do amor próprio, mas depois não está a vontade consigo mesmo. É aqui que Deus nos espera. Espera de nós um ato de coragem: a livre e consciente aceitação da nossa vocação. Ninguém pode fazer isso em nosso lugar. Nem o próprio Deus. 
Flaminia Morandi 
(Jornalista e escritora. 
Colabora com a Revista "NP" do SERMIG - Fraternitá della Speranza) 

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