O Natal que eu desejaria

Pubblicato il 31-08-2009

di Redazione Sermig


Aquilo que não foi pode ainda ser. Esta é a chave para o presente, para o futuro. Porém a chave que deve ser introduzida na porta da mudança ninguém pode girá-la no meu lugar. Vivemos em uma situação na qual o medo do futuro nos atemoriza, nos bloqueia, torna-nos impotentes. Por quê? Por que não fazer da necessidade virtude, não transformar o medo em oportunidade? Não sei o porquê. Parece-me muito óbvio entrar em um aposento escuro e acender a luz. Porém o interruptor que acende a luz depende de minha vontade, do meu cérebro que comanda o dedo a pressionar o interruptor.
Dizia-se um tempo: mando os filhos à escola, ao menos ali estarão seguros. As notícias de nosso tempo nos dizem que é inútil iludir-nos. Na mentalidade dos jovens infiltra-se a impressão de que se não se for forte ou garboso sempre se encontra alguém pronto a te bater, a zombar, a impor condições. Mas estes fatos não aparecem hoje improvisamente, são o fruto de um longo processo de degradação, de que talvez não nos tenhamos dado conta ou não quisemos nos dar
conta. Não quero todavia dar fôlego ao coro de lamentações, porque seria o maior coro da história, no qual até os mais desafiados teriam lugar. Repito, por que não fazemos da necessidade virtude? Por que não prememos o interruptor da mudança de mentalidade?
No Natal muitos se sentem bons. Alguns porque esperam um bom presente, alguns uma melhoria profissional, outros porque querem mostrar um belo sorriso, adequado às festas, outros – não sei quantos serão – porque ´um homem´´ nasceu. Por que não fazemos com que todos os dias do ano sejam Natal? Se milhões de pessoas morrem de fome, se há dezenas e dezenas de guerras, se o maior mal é a indiferença, talvez cada um de nós tenha contribuído para isto com a sua parte. Creio que este seja o momento para se fazer uma reflexão; um tempo se chamava exame de consciência. Não para apenas individuar os erros alheios, escapatória fácil usada e abusada,porque isto nos faz estar bem e nos tranquiliza.

Cada vez que caminho a pé pelas estradas de qualquer cidade do mundo, a coisa que mais me impressiona é o grande número de bitucas de cigarro no chão, se vê milhares. Isto significa que para um grande número de pessoas é natural atirá-las no chão. Não sei se mudarei o mundo, mas sempre que posso recolho-as e, se fumo, nunca jogo as bitucas no chão. Não deixo torneiras abertas inutilmente, nem luzes, que apago, caso encontre-as acesas.
Fui várias vezes passear na montanha, subi até cumes invejáveis, mas sempre dando um passo a cada vez. Um belo dia compreendi que o Natal não é apenas 25 de dezembro, mas cada dia, e assim me parece viver melhor. Este é um modo de se entender que a Terra é de fato amiga. Não é banal pensar que os rios atravessam as fronteiras sem passaporte e dão vida a todas as nações. A Terra, os rios, as árvores, as riquezas, quem os pensou? Estão aí para todos, todos os homens, todas as mulheres. Mas em vez disto frequentemente causaram guerras, exterminantes, inauditas. Veio-me um pensamento: é necessário refletir novamente sobre isto.

Este mundo muda se retornarmos aos ideais. Quem crê que retorne de verdade a Deus. Quem faz política que volte a servir de verdade. Como é possível que, entre os detentores do poder, exista sempre algum que o usa para eliminar quem o pode perturbar, ou para apropriar-se de privilégios e riquezas a fim de dividi-los com seus apaniguados? O que ainda deve suceder para que voltemos a pensar? Uma guerra atômica? Uma imane catástrofe natural? Quantas lágrimas devemos ainda verter para que nos ponhamos a pensar? Gostaria muito, seriamente, de pensar sem tantas lágrimas, sem tantas guerras atômicas, sem tantas catástrofes.

Os meus votos de coração, e é realmente de coração, são de que cada leitor, junto conosco, tente realmente pensar que este seja o último Natal que festejamos esperando o 25 de dezembro, e que seja em vez disto o início de um longo Natal, longo quantos os dias de nossa vida.

Ernesto Olivero

Traduçào de Luzia Rozatti

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